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Bem vindos a Bodyboarding 082! O portal de informações do Bodyboarding em Alagoas. Surgido do ideal de dois Bodyboarders da localidade que, na ausência de mídia específica para modalidade em Alagoas, criaram este blog para promoção e divulgação do esporte. Bodyboarding082 tem o propósito de mostrar o desenvolvimento do Bodyboarding alagoano, os atletas destaque, suas lutas e glórias, no intuito de trazer-lhes reconhecimento e investimento. Participe através do e-mail: bodyboarding082@hotmail.com, enviando sugestões, críticas, perfil, fotos, vídeos, conteúdos gerados por você tratando de temas pertinentes ao Bodyboarding, direta ou indiretamente. Vale destacar que todo material recebido passará por moderação para prevenir materiais abusivos, denegrintes ou irrelevantes. Queremos divulgar todos os campeonatos de Bodyboarding sejam locais ou não, para que nenhum evento de Bodyboarding, independente de seu porte, passe despercebido, pois entendemos que a não divulgação de um evento representa perdas significativas para os atletas e também para os patrocinadores envolvidos. Fique a vontade em navegar por nossas postagens. Aloha.






BUSCA RÁPIDA

terça-feira, 4 de maio de 2010

COM OS PÉS NO CHÃO

por: redação bbing082

Gostaria que vocês imaginassem a trajetória de um atleta de família de baixa renda, que, mesmo diante de todas as dificuldades que a vida lhe impõe, ainda consegue manter-se no esporte, isto é, comprando periodicamente os equipamentos necessários a prática do bodyboarding (bodyboard, pé de pato, cordinha, etc.); além de ter que custear suas passagens de ônibus para treinar, ter mais algum dinheirinho para lanchar e repor as energias, e etc. São despesas corriqueiras aparentemente, mas esses valores devem ser levados em conta, porque fazem parte do investimento que o atleta faz durante todos os anos de treinamento. Pode parecer pouco, mas só temos a real noção do custo disso tudo quando colocamos no papel.

Agora imagine esse mesmo atleta, humilde e esforçado, chegando ao campeonato e efetuando sua inscrição por conta própria, com anos de treinamento e concentrado a dar o melhor de si em suas baterias, executando um excelente desempenho e utilizando bem os critérios de julgamento. Pergunta-se: poderia este atleta ser desclassificado de sua bateria ou mesmo não levar o título em uma final? Contundentemente digo que sim! E justo, se alguém de fato tiver surfado melhor do que este. Mas aí vem um problema que não o deveria ser: quem avalia o desempenho dos atletas? Responde-se: obviamente os juízes, com um toque do "head judge”. Perfeito, mas como garantir um resultado justo e coerente quando esses juízes não são capacitados ou mesmo não estão comprometidos com o critério julgamento? É importante tocar nesse ponto porque se houver pleno compromisso com o critério de julgamento não haverá resultados incoerentes, pois o próprio critério de julgamento é excludente de parcialidade; e possibilita algo fundamental em um campeonato que é a igualdade de concorrência, uma vez que todo aquele que cumprir com os critérios terá boas médias. Não tem mistério ou é ou não é.

O que, infelizmente, ainda se vê freqüentemente é a “manipulação” de resultados em favor de alguns atletas “protegidos”, como se fossem cartas marcadas de um baralho. E isso não é privilégio (ou desgraça) somente de Alagoas, falo por experiência própria, pois já pude constatá-lo com meus próprios olhos em 10 anos como competidor por ai a fora. Devo dizer que não estou aqui desqualificando qualquer atleta, mas afirmo, sem titubeio, que muitas vezes os resultados das baterias ou das finais não condizem com a realidade.

Francamente, não se pode admitir que nenhum atleta seja prejudicado em detrimento de alguns outros atletas que gozam de “protecionismo”, que, apresentando desempenho suficiente ou não, seguem para as próximas fases ou mesmo levam o título. O mérito da discussão, que fique claro, não é a classe social a qual pertence este ou aquele atleta, os benefícios ou os prejuízos, mas sim o merecimento de cada um, fundamentado em seu próprio desempenho apresentado. Existe muitos atletas, talvez a maioria, que além de todo o sacrifício cotidiano se abdicam de sair, de ter lazer, comprar roupas e etc., para poder manter-se no esporte e competindo.

Mais além do econômico, existe o lado subjetivo, ou seja, o ânimo do atleta. O investimento dos atletas vai muito além do econômico-material, são investidos sonhos, projetos, tempo de vida, energia, emoções, desejos íntimos, que ora são frustrados pela atuação tendenciosa daqueles que deveriam julgar menos pela cara ou pelo “coleguismo” e mais pelo critério com a devida imparcialidade, seguindo as regras.

Existem atletas tendo que vencer demasiadas barreiras todos os dias para sobreviver, e é muito amarga a sensação de injustiça que toma o atleta vitimado, pior que isso, no final das contas, quem perde mais, além do atleta, é o evento e a organização deste, porque o atleta de verdade sabe e tem convicção de seu desempenho (bom ou ruim), e por outro lado os patrocinadores e público presente acabam sendo subestimados quando o resultado é anunciado e não condiz com o que eles puderam ver com seus próprios olhos, por conseqüência perde-se o brilho do esporte, do atleta e do evento.

O que poderia ser feito para acabar com esse protecionismo? Talvez uma reforma ética e moral possam extinguir esse “câncer” do esporte. Mas também será preciso adotar medidas efetivas como capacitar um corpo de jurados, trazendo pessoas mais experientes para ministrar cursos, com carga horária e certificados. Para não ter que se limitar a chamar um colega e outro para julgar o evento em troca de uma merreca. Espera-se, primeiramente, que estes juízes sejam e/ou estejam qualificados, segundo, que estes recebam proporcionalmente ao trabalho investido; assim sendo talvez alcancemos mais profissionalismo e menos “coleguismo”.

Desejamos campeonatos com a seriedade que pode e deve exigir-se, onde todos saiam satisfeitos, e mais que isso, convictos de que se ganharam ou perderam foi com mérito e dignidade. Queremos que os organizadores pensem mais nos atletas ao planejar um campeonato, que, óbvio, ganhem o seu “pão”, mas que não vejam os atletas tão somente como “cédulas com pernas e braços”, somos e temos mais a oferecer do que tão-somente o nosso dinheiro. O esporte tem que estar em primeiro lugar, para os que não pensam assim existe outros meios de se ganhar a vida, trabalho, concursos públicos, mercado informal e etc.

Como atleta, aproveito a oportunidade para falar um pouco sobre a Federação Alagoana de Bodyboarding, que enfrenta dificuldades compreensíveis, mas não justificáveis. As coisas não funcionam com transparência e a realidade é lamentável, estamos sem circuito profissional a um bom tempo. O que antes era deficiente atualmente nem existe.

Lembro-me, saudosamente, do ano de 2000 quando comecei a assistir os campeonatos e tomado por um grande entusiasmo comecei a competir também. Havia muitos atletas no Estado, todas as categorias tinham grande número de atletas inscritos, realizava-se um campeonato por mês praticamente, e as premiações eram boas ainda que pudesse ser melhor. Lamentavelmente o que era para ser uma trajetória crescente na realidade foi o inverso. Realizaram-se menos campeonatos a cada ano, houve diminuição de patrocinadores, das premiações, aumentou o valor das inscrições, diminuiu o número de atletas competindo, e o que se vê agora é uma federação inoperante e os atletas a deriva, sem o Circuito Alagoano Profissional de Bodyboarding.

O que se quer com essas palavras não é denegrir a imagem de ninguém. Objetivamos uma reflexão mais profunda por parte dos atletas, organizadores, juízes, presidentes das federações e associações de Bodyboarding de Alagoas, bem como o corpo empresariado local. Já está mais do que na hora de refletir e saber onde queremos chegar ou levar o nosso esporte. Acreditamos que tudo pode melhorar significativamente, mas será preciso uma mobilização conjunta dos entes envolvidos. E você? Nunca se sinta incapaz por se achar sozinho nessa luta, entenda que as grandes transformações têm seu ponto de início dentro de cada um de nós, e o desejo coletivo se concretizará com a soma de ações individuais.

Acredito que temos o direito sim de reclamar o que achamos que não vai bem, e acredito mais ainda que devemos valorizar tudo que for bom. Desta forma, gostaria de parabenizar a todas as iniciativas tomadas para promover o bodyboarding em Alagoas, associações, escolinhas, sites, blogs, etc., e para aquelas que ainda não sairam do papel desejo muito sucesso e me comprometo em colaborar naquilo que for possível.

Um comentário:

  1. Por isso que continuo no Free Surf...

    Soul Bodyboader!!!!


    Sempre teve essas merda e sempre vai ter....

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